A importância de realizar uma visita técnica ao cliente

 Ismael Chassot, gerente geral da Chassot Engenharia, explica quais são as principais ações que devem ser realizadas em uma visita técnica.


A importância de realizar uma visita técnica ao cliente

A visita técnica consiste em um processo de averiguação das condições estruturais do local onde um sistema fotovoltaico será instalado. A partir dela, é possível realizar um projeto personalizado para o cliente, de acordo com as necessidades de consumo dele, bem como, analisar onde cada equipamento deverá ser alocado.

Esse processo é fundamental para evitar problemas durante a instalação da usina solar. Contudo, muitos integradores acabam ignorando a realização dessa tarefa. Ismael Chassot, gerente geral da Chassot Engenharia, explica um pouco sobre a importância da vistoria e quais os principais pontos que a empresa deve se atentar ao realizá-la.

Quantas visitas são necessárias antes e durante o processo de instalação da usina

Para Ismael Chassot, é essencial realizar duas visitas técnicas no local onde a usina solar será instalada. A primeira deve ocorrer quando o vendedor está em negociação, para que ele possa levar para o time técnico as informações necessárias sobre aspectos gerais da estrutura, telhado e espaço para instalação elétrica, por exemplo.

Ele considera um grande erro observar essas questões somente após o fechamento da venda e finalização do processo de financiamento, pois pode não ser possível realizar a instalação por falta de espaço para a quantidade de módulos que havia sido projetada.

Depois que o contrato é assinado, a Chassot Engenharia também realiza uma vistoria mais detalhada para fazer o projeto. Nela, é importante utilizar o drone para visualizar o telhado e a área para não avançar uma venda sem ter certeza de quantos módulos será possível fixar.

As principais ações realizadas na visita técnica

Ismael Chassot explica que, durante a visita técnica, é possível observar algumas questões importantes, como:

  • As configurações do padrão de entrada (é importante verificar se ela estão nas condições adequadas, dentro das normas da concessionária);
  • Se a potência disponibilizada está de acordo com o sistema que se pretende instalar;
  • As condições estruturais do telhado (como o madeiramento, por exemplo);
  • Área de sombreamento;
  • A forma e locais onde os painéis serão fixados;
  • Orientação e inclinação, garantindo que as placas fiquem sempre para o norte;

Caso ocorra uma reprovação sobre o padrão de entrada, é preciso realizar uma troca, fazendo com que o cliente arque com esse custo e tenha insatisfação com a situação. Se isso não for feito, é importante esclarecer também sobre os riscos de prosseguir com a instalação e que eles passarão a ser por conta do cliente.

Quanto à questão da orientação em que os módulos serão fixados, é preciso considerar uma questão fundamental: no Brasil, estamos abaixo da linha do equador, no Hemisfério Sul, onde o sol nasce no Leste, sobe com inclinação ao Norte e se põe no Oeste. Posicionando os módulos ao Norte, garantimos um maior recebimento de radiação solar ao longo do dia.

Também é importante se atentar ao espaço físico onde haverá a instalação elétrica. Observar se há cobertura, abrigando contra a chuva e o vento. Alguns inversores podem ficar na área externa, contudo, é preciso tomar esse cuidado. Além disso, é necessário analisar onde será feita a conexão do sistema, se é na entrada de energia que vem da rua, se é em algum circuito que está dedicado para isso, etc.

Problemas que podem surgir, caso o integrador não realize uma visita técnica

Sem realizar uma visita técnica, há o risco de não conseguir fazer a instalação de jeito nenhum, informa o gerente da Chassot Engenharia. Ele explica que pode ser feita uma projeção com um total de módulos para aquela obra e, ao chegar o momento de instalar, o telhado acaba não comportando, em questão de espaço, ou não tendo sustentação por causa da deterioração da estrutura.

Outro alerta vai para que a equipe não confie em imagens disponíveis no Google, porque muitas vezes elas estão desatualizadas. Com um certo tempo surgem modificações no próprio imóvel ou em locais vizinhos a ele, como a construção de um prédio ao lado que gera sombreamento e interfere diretamente na geração de energia.

Por meio da visita técnica, você consegue prever situações que poderiam gerar um problema na instalação, como uma conexão elétrica que talvez fique inviabilizada, ou mesmo as condições de padrão de entrada para aprovação.

Ao não realizar uma vistoria, o integrador acaba se preparando para uma instalação que acredita ser simples, mas quando chega no local se complica. Desse modo, acaba precisando de um dia a mais de trabalho, além do que havia sido planejado, interferindo na agenda da empresa.

Tudo isso também impacta na avaliação do cliente, para saber se ele te indicaria ou não. Porque além do tempo perdido e não programado com a demora da instalação, ainda poderá haver a necessidade de um gasto não planejado com relação aos problemas estruturais no imóvel, que se não forem reparados e apresentam risco na instalação.

Esse tipo de prejuízo também pode ser direcionado para empresa, uma vez que pela falta de avaliação, ele não alertou o cliente sobre essa despesa extra, com uma troca do telhado, por exemplo, e ele acabou fechando o contrato considerando apenas o orçamento apresentado.

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